interessado em alguma bobagem

sábado, 16 de abril de 2011

há calma

A serenidade e o vagar contrariam a calma.

 

“De onde vem a calma?”

 

Por diversas vezes eu ironizei e julguei-a como passividade.

Ausência de ato, inércia, indiferença.

E meus conceitos tornaram-se resolutos.

Num baile de máscaras, sem valsa ou tango.

Sem nomes falsos, eu satirizo meu livro inacabado.

 

A calma vem da celeuma.

A calma encontra as frestas do calor da discussão.

A calma é acalorada. É algazarra de fim de noite.

A calma é prima da polêmica.

A calma vem dos pensamentos sórdidos de noites mal dormidas.

A calma  é arrebatadora.

A calma faz chorar, doer.. é um louco, demente.

A calma vem singela jogando charme.

E conquista como um desejo sexual.

A calma é ereção.

O gozo é o desamparo.

O cigarro, o desapego.

A vida é casual.

A calma é o sucesso do acaso.

 

A calma vem do desespero do vício

A calma vem do  segredo da dúvida.

 

A calma é o reflexo de luz indecisa sobre as cartas na nossa mesa.

 

E na diplomacia do medo de não haver o que há por vir, há calma.

Nenhum comentário: