A serenidade e o vagar contrariam a calma.
“De onde vem a calma?”
Por diversas vezes eu ironizei e julguei-a como passividade.
Ausência de ato, inércia, indiferença.
E meus conceitos tornaram-se resolutos.
Num baile de máscaras, sem valsa ou tango.
Sem nomes falsos, eu satirizo meu livro inacabado.
A calma vem da celeuma.
A calma encontra as frestas do calor da discussão.
A calma é acalorada. É algazarra de fim de noite.
A calma é prima da polêmica.
A calma vem dos pensamentos sórdidos de noites mal dormidas.
A calma é arrebatadora.
A calma faz chorar, doer.. é um louco, demente.
A calma vem singela jogando charme.
E conquista como um desejo sexual.
A calma é ereção.
O gozo é o desamparo.
O cigarro, o desapego.
A vida é casual.
A calma é o sucesso do acaso.
A calma vem do desespero do vício
A calma vem do segredo da dúvida.
A calma é o reflexo de luz indecisa sobre as cartas na nossa mesa.
E na diplomacia do medo de não haver o que há por vir, há calma.
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